Localização
O poema “O Infante D. Henrique” está localizado no livro a “Mensagem”, que foi escrito por Fernando Pessoa. Nesta obra, conta-se a história do passado para falar do futuro.
A poesia da “Mensagem” é uma poesia épico-lírica. A poesia épico-lírica caracteriza-se por forma fragmentária, atitude introspectiva, interiorização e simbolismo no carácter lírico, e no carácter épico caracteriza-se por tom heróico e a evocação da história.
O livro divide-se em três partes. A primeira parte é “Brasão”, onde desfilam os heróis lendários ou históricos, desde Ulisses a D. Sebastião, ora invocados pelo poeta, ora definindo-se a si próprios, como em inscrições lapidares, epigramáticas. A segunda parte é “Mar Português”, com poesias inspiradas na ânsia do Desconhecido e no esforço heróico da luta com o Mar. A terceira parte é o “O Encoberto”, onde se afirma um sebastianismo de apelo e de certeza profética.
O poema, “O Infante D. Henrique” situa-se na primeira parte, “Brasão”, que é constituída por cinco partes que são “Os Campos”, “Os Castelos, “As Quinas”, “A Coroa”, e o nosso poema encontra-se na última parte que é “O Timbre”.
A história e a Cabeça de Grifo
O Grifo é uma ave mitológica com bico e asas de águia e o corpo de leão. O Grifo participa do simbolismo da águia e do leão, o que significa que ele tem, por um lado, uma natureza celeste (águia) e, por outro, uma natureza terrestre (leão). É, pois, o simbolismo que representa as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina. Noutra perspectiva também a dupla qualidade divina: a força e a sabedoria.
O Grifo é igualmente um símbolo de salvação, pois se compararmos a simbologia da águia à do leão, podemos dizer que o Grifo associa o poder terrestre do leão à energia celeste da águia.
Contudo, o Grifo é interpretado de modo desfavorável, de acordo com uma tradição cristã que considera que a sua natureza híbrida, em lugar de lhe conferir as qualidades do leão e da águia, e lhe tira, pelo contrário essas mesmas qualidades. Assim, o Grifo, segundo esta tradição, é uma força cruel, imagem do demónio.
Entre os gregos, os Grifos andam associados aos monstros que guardam os tesouros. Simbolizam a força e a vigilância, assim como os obstáculos que têm de ser transportados para se alcançar os tesouros.
Em relação ao poema o Grifo é um enigma. Será talvez, na intenção do Poeta, o enigma que Portugal se propõe desvendar e que ainda não desvendou. O Infante D. Henrique está à frente dessa missão. Senhor do “inteiro mar” e acabará por ter todo, “o globo mundo em sua mão”. Contudo esta só, “Com seu manto de noite e solidão”.
É muito significativo o facto de o Poeta apresentar o Infante como um homem solitário, mas que, ao mesmo tempo, ligou o mundo inteiro. Está só e simultaneamente, possui, “todo o globo mundo”. O Infante é outro importante símbolo, todas as grandes obras foram realizadas na solidão, todas as grandes missões foram cumpridas por homens solitários. Contudo, trata-se de um tipo especial de solidão. Não é uma solidão que os isole. Pelo contrário, é uma solidão que os torna universais. O Infante D. Henrique é o símbolo de uma universalidade que é alcançada através da mais profunda realização individual.
O Infante D. Henrique era o terceiro filho dos reis D. João e D. Filipa, nasceu no Porto a 4 de Março de 1394.
Em 1414, incentivou o pai a montar a campanha de conquista a Ceuta. Como era organizador e empreendedor, seu pai, nomeio-o administrador e governador da Ordem de Cristo. Foram os seus navegadores que descobriram as primeiras ilhas dos Açores em 1427. Foi com o Infante D. Henrique que o Cabo Bojador foi passado pela primeira vez ao comando de Gil Eanes.
O Infante D. Henrique pode-se dizer que foi o impulsionador dos Descobrimentos, e foi uma personagem muito intrigante, com um certo mistério e muitos segredos. Também os seus motivos e os objectivos das suas navegações têm sido amplamente discutidos e diferenciados, mas, sem dúvida, foi o grande condutor da expansão ultramarina portuguesa e europeia.
Análise do poema “O Infante D. Henrique”
O Infante foi o grande impulsionador da expansão ultramarina portuguesa, isso é referido no poema, no último verso. “O único imperador que tem, deveras / O globo mundo na sua mão”.
Os adjectivos utilizados no poema caracterizam o Infante D. Henrique, e o seu percurso histórico e os seus feitos. Alguns adjectivos são utilizados para caracterizar o Infante. “Em seu trono entre o brilho das esferas”, “Com seu manto de noite e solidão” e “Tem aos seus pés o mar novo e as mortas eras”.
O tempo presente é utilizado para eternizar o Infante D. Henrique e os seus feitos, demonstrar que ainda não foram esquecidos, ou seja, continuam presentes. O presente indica a permanência, hábito e é geralmente utilizado para cantar feitos históricos, trata-se do presente histórico, daí resultando uma maior realidade do narrador.
Os recursos estilísticos, utilizados no poema são: a adjectivação simples, a antítese, com o confronto de ideias opostas, “Com seu manto de noite e solidão,” e “O globo mundo em sua mão.”
Nos poemas de Camões é relatado a história de Portugal e os Descobrimentos no séc. XVI, e os poemas de Pessoa, a história passada de Portugal para falar no futuro de Portugal e no Quinto Império que Fernando Pessoa acreditava que vai ser construído por Portugal.
Objecto e Música
O objecto que melhor simboliza o poema é o globo, pois representa o mundo e no poema é referido que o Infante é “O único imperador que tem, deveras / O globo mundo na sua mão”. E também, porque o Infante foi o impulsionador dos Descobrimentos, daí a escolha do globo para objecto.
Quanto à música, escolhemos, a música, “Conquistador”dos Da Vinci. A música fala dos Descobrimentos, logo está relacionado com o poema em estudo. A música fala de todos os países conquistados por Portugal.
Conquistador
Da Vinci
Composição: Letra: Pedro Luís / Música: Ricardo
Era um mundo novo
Um sonho de poetas
Ir até ao fim
Cantar novas vitórias
E ergueram orgulhosas bandeiras
Viver aventuras guerreiras
Foram mil epopeias
Vidas tão cheias
Foram oceanos de amor
Já fui ao Brasil
Praia e Bissau
Angola Moçambique
Goa e Macau
Ai, fui até Timor
Já fui um conquistador
Era todo um povo
Guiado pelos céus
Espalhou-se pelo mundo
Seguindo os seus heróis
E levaram a luz da cultura
Semearam laços de ternura
Foram mil epopeias
Vidas tão cheias
Foram oceanos de amor
Já fui ao Brasil
Praia e Bissau
Angola Moçambique
Goa e Macau
Ai, fui até Timor
Já fui um conquistador
Foram dias e dias
E meses e anos no mar
Percorrendo uma estrada de estrelas
A conquistar
Já fui ao Brasil
Praia e Bissau
Angola Moçambique
Goa e Macau
Ai, fui até Timor
Já fui um conquistador(Bis)
Grupo V - Bruno; Joana Martins; Priscila e Rute
sábado, 8 de março de 2008
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